Leonardo
Eu ainda sentia a mão latejando do soco que dei naquele desgraçado. Não me arrependia. Aliás, já devia ter feito isso antes. Só que agora a merda estava feita — e a consequência veio mais rápido do que eu esperava.
O celular tocou pela terceira vez em menos de meia hora. Era o Marcelo de novo. Respirei fundo antes de atender. Já sabia que vinha bronca.
— Leonardo, pelo amor de Deus, você tá maluco?
A voz dele ecoou pelo viva-voz do carro enquanto eu dirigia pelas ruas da cidade. Clara estava no banco do passageiro, muda, com o olhar fixo na janela.
— Você foi até o hospital agredir o Henrique? — ele esbravejou. — Você perdeu o juízo?
— Ele bateu na minha mulher! — rebati, segurando o volante com mais força.
— E você devia ter ido na delegacia registrar uma queixa, não ir lá dar um soco no meio de um ambiente cheio de paciente e câmera de segurança! — a voz dele estava carregada de indignação.
— Eu perdi a cabeça.
— Pois é. E agora vai perder mais do que isso. — ele suspirou a