Henrique
Chegar em casa depois daquela cena foi como sair de um campo de guerra. Eu ainda estava com o sangue quente, tentando conter o impulso de voltar lá e resolver tudo de outra forma. Mas eu tinha que manter a calma. Tinha que pensar na Mariana, na Isabela e até no nosso filho que ainda estava por vir. Aquilo não era mais só sobre mim. Era sobre proteger quem eu amava.
Assim que entrei, vi Mariana sentada no canto da sala, os olhos marejados, as mãos trêmulas. Ela estava pálida, com a respiração acelerada e a blusa suja, provavelmente por ter pego a Isabela no colo no meio da confusão. Ela parecia completamente abalada, e ver ela naquele estado me partiu no meio.
— Amor, senta aqui — falei, pegando um copo de água e me abaixando ao lado dela. — Respira fundo, por favor. Respira comigo.
Ela me olhou com os olhos vermelhos, furiosa e ao mesmo tempo tão frágil. Eu coloquei a água nas mãos dela e esperei. Não era hora de perguntar, nem