LEONARDO
O silêncio do hotel era cortado apenas pelo som do relógio na parede. Tic-tac. Tic-tac. Como se estivesse contando o tempo que eu tinha antes de tudo desmoronar de vez. Eu sabia que Clara era instável, sabia que ela não desistiria dessa briga, mas agora... agora as coisas estavam saindo completamente do controle.
Eu olhava para a porta do quarto, esperando que ela voltasse, ela saiu com raiva.Uma parte de mim sabia que, quando Clara decidia algo, nada a fazia mudar de ideia. E isso me preocupava.
O telefone vibrou na minha mão. Dr. Marcelo.
— Leonardo, precisamos conversar.
— Fala.
— A Mariana já entrou com um pedido de liminar para garantir a guarda de Isabela enquanto o exame não sai.
Me levantei num pulo.
— O quê?
— Ela não quer correr riscos. Se conseguir essa liminar, qualquer tentativa nossa de reverter depois será um inferno.
Passei a mão no rosto, sentindo o suor se formar na testa. Isso estava indo rápido demais. Eu precisava ganhar tempo.
— Dá pra impedir