Leonardo
Chegamos ao hotel em completo silêncio. Clara não disse uma palavra no caminho, mas eu sabia que ela estava fervendo por dentro. O jeito como ela respirava fundo e mantinha o olhar fixo na estrada denunciava sua fúria. Assim que entramos no quarto, ela jogou a bolsa no sofá e começou a andar de um lado para o outro, visivelmente abalada. De repente, Clara soltou um grito e deu um soco na parede. — Aquela desgraçada! Como ela tem coragem de rir na minha cara? Ela passou as mãos pelo cabelo, tentando controlar o choro, mas as lágrimas desceram mesmo assim. — Ela disse que eu nunca vou ser mãe. Que Deus tirou isso de mim porque sou uma pessoa miserável. Suspirei e esfreguei o rosto. Eu já sabia que esse momento ia chegar. Clara não lidava bem com rejeição, e ouvir algo assim da Mariana foi como jogar gasolina em um incêndio. — Clara, você precisa parar com isso. — Falei, m