Henrique
A estrada de volta para casa parecia mais tranquila do que nunca. O mundo lá fora corria no seu próprio ritmo, mas dentro daquele carro, o tempo parecia ter desacelerado. O silêncio que nos envolvia não era vazio nem desconfortável. Era um silêncio cheio de paz. Um silêncio que abraçava. Isabella dormia no banco de trás, com o rostinho encostado no ursinho que ganhou em Aspen, e o cinto passando suave por cima do casaco rosa. Mariana olhava pela janela do carona com um leve sorriso nos lábios, os dedos acariciando lentamente a barriga que já mostrava com firmeza o filho que estávamos esperando. Nosso Benício.
Voltar daquela viagem era como voltar pra casa não só fisicamente, mas por dentro. Como se a alma tivesse sido lavada e secada ao sol, depois de tempos de tempestade.
Estendi a mão por cima do câmbio e segurei a dela com carinho.
— Amor — chamei com a voz baixa, quebrando o silêncio com suavidade. — Foi bom pra você?
Ela virou o rosto e me olhou. Aquele olhar calmo, prof