O dia amanheceu preguiçoso, com o céu meio nublado e uma brisa fresca que invadia o quarto pelas frestas da janela. Helena acordou antes de Eduardo — algo raro — e ficou alguns minutos apenas observando-o dormir. O jeito que ele mantinha uma mão embaixo do travesseiro e a outra repousada na barriga, o rosto sereno, a expressão mais leve do que normalmente carregava durante o dia.
Ela sorriu, passando delicadamente os dedos pelos cabelos dele, bagunçando levemente, só para, logo depois, ajeitar de novo.
— Se continuar me encarando assim, vou começar a achar que você quer alguma coisa. — A voz dele, rouca de sono, quebrou o silêncio, fazendo Helena rir.
— E quem disse que não quero? — respondeu, mordendo o lábio.
Eduardo abriu um olho, sorrindo de canto. — Humm... perigoso começar o dia desse jeito, dona Helena.
Ela deitou-se sobre ele, apoiando o queixo no peito dele. — Perigoso seria se eu não quisesse.
Ele riu, deslizando a mão pelas costas dela. — Vem cá. — Puxou-a para um bei