O relógio marcava dezesseis e cinquenta quando Clara chegou ao café. Um lugar charmoso, com paredes de tijolos aparentes, iluminação aconchegante e mesas de madeira distribuídas de forma intimista. O cheiro de café fresco e pão assado preenchia o ambiente, tornando tudo ainda mais acolhedor.
Ela ajeitou os cabelos, conferindo rapidamente o próprio reflexo no visor do celular, e escolheu uma mesa no canto, perto da janela. Não demorou muito para Henrique chegar. Vestia uma camisa azul dobrada nos braços, calça jeans escura e um sorriso que parecia ter sido feito sob medida para desconcertá-la.
— Achei que você ia me dar um bolo — disse ele, puxando a cadeira à sua frente.
— E perder a chance de te ver se contorcendo de ansiedade? — rebateu, arqueando uma sobrancelha.
Henrique riu, cruzando os braços sobre a mesa, olhando-a nos olhos.
— Confesso que você me intriga, Clara. E isso não é algo que acontece com frequência.
Ela mordeu o lábio inferior, inclinando-se levemente sobre a mesa.
—