Os dias seguintes passaram de forma mais tranquila, embora ainda houvesse uma tensão silenciosa entre mim e Gael. Ele não voltou a mencionar Roger, e eu tampouco trouxe o assunto novamente. Talvez fosse melhor assim. O tempo, com sua paciência cruel, sempre coloca cada coisa em seu devido lugar, e eu não queria arruinar os poucos momentos de calmaria que estávamos vivendo.
Naquela manhã, ao me olhar no espelho, senti algo diferente. Um impulso antigo, quase esquecido, reacendeu dentro de mim: a vontade de retomar aquilo que deixei para trás, os sonhos que sempre me acompanharam antes de todas as reviravoltas da minha vida. Entre eles, estava a faculdade.
Escolhi uma roupa simples: jeans, uma blusa clara e prendi o cabelo em um coque desalinhado. Peguei minha bolsa — a mesma que havia guardado desde a última vez que pisei naquele prédio — e respirei fundo antes de sair. Os meninos ainda dormiam, embalados pela presença calma de dona Francisca, sempre tão prestativa em me ajudar.
O cami