Do outro lado da linha, o silêncio se quebrou na hora. Aquele timbre, grave e ao mesmo tempo sereno, me envolveu como se fosse um abraço.
— Leandra… — Gael disse, e só o jeito como ele pronunciou meu nome já foi suficiente para aquecer o coração. — Precisei ouvir sua voz.
Sorri sem perceber, sentindo o corpo inteiro se render ao alívio daquela ligação.
— E eu a sua. — confessei. — Já estava quase dormindo, mas ainda bem que ligou.
Ele riu baixinho, aquele riso discreto que sempre me desarmava.
— Eu sei. Deve estar exausta. Mas não consegui segurar. O dia foi longo, cheio de reuniões, e no meio de tudo, só conseguia pensar em você.
Fechei os olhos, deixando a voz dele se misturar ao som suave da respiração do outro lado. Era como se, por alguns instantes, a distância entre nós desaparecesse.
— E como foi? — perguntei, tentando soar leve, mesmo com o coração ainda pesado pelo segredo que carregava.
— Um inferno, para ser sincero. — ele respondeu sem rodeios. — Pessoas que falam demais e