Três Dias Depois.
O amanhecer chegou manso, derramando tons dourados pelas cortinas do quarto de hóspedes. A casa estava silenciosa, com aquele ar calmo e melancólico típico dos momentos que antecedem uma despedida. Do lado de fora, o vento brincava entre as folhas do jardim, e o som distante de uma ave ecoava como se quisesse preencher o vazio que já começava a se formar dentro de mim.
Charlotte e James haviam acordado cedo. A mala dela estava ao lado da porta, perfeitamente organizada tudo dobrado, etiquetado, e provavelmente separado por cores, como era de se esperar de Charlotte. James, por sua vez, andava de um lado para o outro, conferindo documentos e passaportes com aquele semblante concentrado de quem tentava parecer prático, mas no fundo odiava a ideia de ir embora.
Observei os dois da soleira da porta por um momento, absorvendo a cena. Era curioso como, em tão poucos dias, eles haviam transformado o ambiente frio do meu apartamento em algo que lembrava um lar. Charlotte co