Demorou quase trinta segundos para a ligação ser atendida. Do outro lado do telefone:
— Alô.
Como a avó estava por perto, Jaqueline não podia falar de maneira fria com Roberto, então usou um tom caloroso:
— Amor, sou eu.
Ouvindo o tom de voz no telefone, Roberto franziu a testa, confuso:
— O que foi?
— Quando você vem visitar a avó?
Roberto olhou para o relógio e respondeu:
— Mais tarde eu passo aí.
— Você não pode vir mais cedo?
— Por que a pressa? Ainda é cedo.
— Vem mais cedo, assim você faz companhia para a avó.
— Isso foi ideia da avó?
Jaqueline respondeu com um som.
— Então diga a ela que eu vou passar mais tarde.
— Mas...
— Mas o quê? Você esqueceu o que disse antes? Você me aguenta há muito tempo, eu indo mais tarde vai te deixar mais confortável, assim você pode comer sem se incomodar.
Roberto então desligou o telefone abruptamente, parecendo estar agindo por birra, jogando na cara dela as palavras que ela disse antes.
As palavras que Jaqueline disse foram em um momento de d