MIA
Descemos as escadas em silêncio, os passos amortecidos soando como ecos de algo prestes a acontecer. O corredor vazio parecia mais longo do que o normal, e cada passo parecia pesar mais do que o anterior. A madrugada soprava um vento gélido pela fresta da porta, cortando a pele como pequenas adagas e misturando-se ao calor denso da tensão que nos envolvia. Havia algo no ar — uma sensação de destino, como se estivéssemos caminhando para um ponto sem retorno.
Meu coração batia rápido, um tambor descompassado dentro do peito. A respiração curta, entrecortada, mal acompanhava meus pensamentos. Mas mesmo à beira do abismo, eu me sentia grata. Porque ele estava ali.
Vittorio seguia à minha frente, passos largos e firmes, como um escudo entre mim e o mundo. Seu corpo, sempre em alerta, parecia pronto para qualquer ameaça. Quan