MIA
A luz suave da lua cheia filtrava-se pela janela entreaberta, desenhando sombras prateadas sobre o lençol amassado que repousava aos pés da cama. O quarto parecia suspenso no tempo — um santuário silencioso onde só existia o eco dos nossos corpos e o cansaço saciado entre suspiros. A brisa noturna entrava leve, trazendo consigo o cheiro da noite misturado ao perfume quente da pele dele, da minha... nossa.
Estávamos nus, entrelaçados como se nossos corpos não soubessem mais existir separados. Tínhamos nos encontrado repetidas vezes naquela madrugada, sempre com a mesma urgência, a mesma necessidade crua. Mas agora… agora havia apenas quietude. A calma depois da tormenta.
A cabeça de Vittorio descansava no meu ombro, os cabelos bagunçados fazendo cócegas suaves no meu pescoço. Seus dedos deslizavam devagar pelo meu quadril, traçando caminhos sem pressa, como se esculpissem lembranças em minha pele. Não era desejo o que havia naquele toque. Era intimidade. Uma devoção silenciosa.
Fec