Pantera Narrando
Acordei com o toque do celular, mas antes de atender já sabia que era ela. Minha morena. Janete tem esse dom de ocupar minha mente até no sono. Peguei o fone, vi a mensagem dela, dei aquele sorriso de canto e pensei: "é ela mesmo, parça… é ela."
Levantei da cama, dei uma passada na pia pra lavar o rosto, depois fui pra quebrada ver como tavam as contas da boca. Ninguém sobe nem desce sem eu saber, e hoje era dia de resolver umas tretas pendentes com uns vacilão que tavam querendo fazer graça onde não pode.
— Ô Pivete, traz aquele caderno lá — falei pro menor que tava na entrada da laje.
Peguei a contabilidade, revisei tudo, vi que tava tendo um rombo ali que não era normal. Respirei fundo, deixei a raiva vir só até a garganta.
— Já saquei quem tá metendo a mão. Mais tarde vou trocar ideia com esse mané.
Mas antes disso, tinha algo melhor pra fazer: ver minha morena. Passei no mercadinho, comprei uns docinho que ela gosta, e segui pro apê dela.
Cheguei na portaria, já