Pantera narrando
Acordei com o rádio chiando na base, mas minha mente já tava pesada desde a noite passada. Desde aquela fita com a Janete e o tal do Caíque, eu não conseguia desligar. Levantei do colchão com a cara fechada, peguei minha Glock, botei na cintura e parti pra rua com o semblante de quem vai resolver parada.
— Esses mano acha que vai me derrubar no papo... — murmurei, acendendo o cigarro enquanto passava pela viela.
Cheguei na beirada da boca, Blackout já tava lá, conversando com uns menor.
— Qual foi, irmão? — ele mandou quando me viu.
— Tô com a mente virada, truta. Tem rato se achando tubarão nesse morro. — Respondi, encarando ele. — Cês viram alguma fita estranha ontem?
Ele negou com a cabeça, mas eu sabia que os cara tão se mexendo no silêncio. Eu senti. Quando o bagulho começa a ficar calmo demais, é porque a tempestade tá se formando.
— Já solta os aviso aí: quero o plantão em alerta, os ponto reforçado e geral de olho em tudo que se move. Quem cochilar, vai rodar