Janete narrando
Era cedo ainda, sol nem tinha esquentado direito… eu só queria comprar um pão quentinho, dar uma respirada, limpar a mente. Tava com o cabelo preso, moletom largo, fone no ouvido e a mente longe, pensando no Pantera, no jeito que ele me olha, no que a gente viveu…
Mas minha paz durou pouco.
No meio do caminho, já quase voltando pro hotel, um carro preto parou do nada do meu lado, freada seca, barulho de pneu no asfalto. Nem tive tempo de reagir. As portas abriram e uns caras encapuzados desceram correndo.
— Pega ela! Rápido! — ouvi um deles gritar.
Meu coração disparou. Tentei correr, tentei gritar, mas um já me segurou pelo braço, outro tampou minha boca com a mão. Tudo aconteceu tão rápido que pareceu um pesadelo. Me jogaram pra dentro do carro como se eu fosse nada, e a porta bateu com força.
Eu me debatia, tentava chutar, mas um deles me segurou firme e falou no meu ouvido:
— Fica quietinha, princesa… é melhor pra você.
Eu tava apavorada. Meu corpo tremia, minha r