Dois dias sem trabalhar eram uma novidade para Luana, que, nos últimos anos, só vivera para o seu trabalho. Era estranho caminhar pela rua, entrar no supermercado em pleno horário comercial e percorrer os corredores sem pressa.
— Acho que levei até o que não precisava — sussurrou, olhando para o carrinho de compras, e soltou um riso.
Abanou a cabeça enquanto caminhava em direção ao caixa, mas parou junto a uma prateleira de vinhos. Deteve-se para apreciar as várias garrafas expostas. Pegou uma, estudou o rótulo e a recolocou. Repetiu o gesto com outras garrafas até que uma voz chamou sua atenção.
— Eu não levaria esse vinho. Tem um rótulo bonito, mas não avisa da dor de cabeça que você terá na manhã seguinte.
Luana sentiu os pelos do corpo se arrepiarem ao reconhecer aquela voz tão familiar. Um