A tela do computador de Mariana parecia um arco-íris de caos organizado — dezenas de abas abertas, gráficos pulsando em cores vivas e números que dançavam como se tivessem vida própria.
— Quando você fez isso? — perguntei, sem conseguir esconder o espanto.
— Bem… — ela deu um meio sorriso — costumo trabalhar quando levo um fora.
O tom leve disfarçava uma pontinha de dor. Mariana era assim: transformava coração partido em produtividade recorde. Uma mente brilhante e inquieta, o tipo de pessoa que, em vez de chorar, abre um Excel.
Alguns segundos bastaram para eu perceber o que ela havia feito — reuniu dados de todas as ações judiciais sofridas pelo Grupo Prime nos últimos cinco anos.
— Interessante… — murmurei, analisando cada gráfico.
— Mateus disse a mesma coisa. — Agora, a apreensão dela era visível.
— Mariana, você foi excelente. Isso aqui vai nos dar tempo e precisão nas pesquisas. O Pedro já viu?
— Ainda não. Mas deixei um recado com a secretária.
— Perfeito. Enquanto ele não che