Cristiano
Da mesma forma que encontramos Margot facilmente, outras pessoas podem fazê-lo. Desconfio que a garota está chantageando alguém e por isso fugiu. Aquele dinheiro que transferiu para a mãe, parece pagamento recebido de extorsão.
No corredor há quatro portas de madeira com a tinta azul descascada. A informação que tenho é de que Margot está hospedada no penúltimo quarto do corredor, número 40. Caminho lentamente até a porta cujo número quatro pende presa em um prego e só há uma marca que indica a antiga existência de um zero. Fico atento em volta, analisando possíveis entradas além do portão por onde passei. O muro ao meu lado direito não é tão alto, o corredor não é coberto, mas o acesso até ele é difícil, pois fica ao lado de um prédio bem fechado.
Bato na porta e ouço um barulho, em seguida um silêncio absoluto.
— Margot?
— Não — responde alto e trinco os dentes.
— Mandaram flores.
— Quem?
— Desculpa, moça. Sou só o entregador, e preciso que assine aqui.
Ela silencia novame