Consequências silenciosas
Paul Evans
Parei no corredor, a mão pairando sobre a maçaneta da minha própria sala, e sentiu a mudança no ar. Não era um barulho, era uma ausência de ruído, o tipo de silêncio denso que precede ou segue uma tempestade. Havia sido chamado no setor de contabilidade para resolver uma bobagem sobre um lote de peças, mas a verdadeira urgência estava ali, pulsando atrás da porta de carvalho. Eu sentia que tinha algo no ar, tinha que saber o que era.
Empurrei a porta e encontrou a minha mãe, Jussara Evans, caminhando para fora. Não era o passo arrogante e medido dela, mas um movimento apressado, quase cambaleante, como se tivesse sido atingida no estômago. O rosto estava pálido e rígido, os olhos fixos em um ponto além dele, a bolsa de luxo apertada como uma arma inútil. Ela não me viu, estava consumida.
- Mãe? O que aconteceu? - Dei um passo, mas ela se desviou como uma flecha, o pânico nos olhos dela se misturando a uma fúria contida.
- Nada, Paul. Nada! A voz