Charlotte

Enquanto Dorian me abraçava com força, senti como se os seus braços me esmagassem, como se estivesse prestes a quebrar. A vida que crescia dentro de mim não me parecia um milagre, mas sim uma condenação, um calvário de tormentos. Não era pela criatura que esperava, mas porque estar grávida nesta casa, junto a ele, me resultava mais perigoso do que podia suportar.

Soltei-me dos seus braços de repente, sem poder conter o desespero que me dominava.

«O que se passa, meu amor? Não estás feliz com a notícia de que vamos ser pais?», disse-me Dorian, com um olhar descontrolado, enquanto voltava a segurar-me com força pelos braços.

Olhei-o fixamente, o meu coração estava acelerado, mas com uma determinação que não tinha sentido antes.

«Sim, estou feliz, mas não quero estar grávida nestas condições. Quero que libertes a minha mãe e a mim, quero que me deixes ir. Quero passar esta gravidez em paz.»

A valentia surgiu dentro de mim com mais força do que jamais imaginei ter, e olhei-o des