Federick
De novo, aquela noite passei em claro. Não conseguia parar de pensar em Charlotte e em tudo o que acontecia ao meu redor. Precisava refletir cuidadosamente, porque parecia que a única coisa que ela fazia era me humilhar, me levando ao ponto de pedir clemência. Mas esse luxo, definitivamente, eu não ia conceder a ela.
Bem cedo, voltei a estar em frente ao meu escritório. Desta vez, não ia permitir que Charlotte se safasse, mesmo que isso significasse renunciar a tudo o que eu havia conquistado na empresa. Ela era tão previsível: sempre chegava na mesma hora, descia do elevador e seguia direto para seu escritório. Aquela manhã não foi exceção.
Eu a reconheci antes de vê-la, pois o inebriante cheiro do seu perfume invadiu minhas narinas de longe. Os ecos dos seus saltos ressoavam com passos firmes, e, a cada som, meu coração acelerava. Desde aquele último encontro apaixonado, não tínhamos tido contato, e isso me deixava terrivelmente nervoso.
Charlotte chegou com uma presença im