Entre Goles e Armadilhas.
— Você mudou, Thamires? — murmurou, abrindo os olhos devagar. O verde deles faiscava, mas não de ternura — de gelo. — Me traiu com meu melhor amigo… dentro da minha própria casa. Isso não é um erro. É uma sentença.
As lágrimas falsas escorreram ainda mais pelo rosto dela.
— Eu era uma menina imatura, Augusto… eu não sabia o que queria. Mas agora eu sei. E eu sei que ainda é você. Sempre foi você.
Ele girou o copo e tomou um gole demorado, como se o álcool fosse a única barreira para não explodir.
Quando pousou o copo de volta à mesa, o olhar fixo nela foi um aviso silencioso: ele não acreditava em uma única palavra.
Thamires deslizou o dedo pelo braço de Augusto, inclinando-se de forma calculada.
A voz dela, baixa e aveludada, escorria como mel envenenado:
— Você ainda sente… eu sei que sente. — murmurou, aproximando o rosto, deixando o perfume doce invadir o espaço entre eles. — Eu posso te fazer esquecer essa dor. Como antes.
Augusto se afastou devagar,