Portas Fechadas
Na hora do almoço, Augusto apareceu em sua mesa com a intenção clara de chamá-la. Mas Eloise se adiantou:
— Vou aproveitar para ver meu pai hoje. Preciso almoçar com ele. — disse em tom firme, antes que ele pudesse falar algo.
Não era mentira. Passou o tempo com o pai, dividindo a refeição simples, rindo das histórias dele. Mas, no fundo, só queria fugir do peso que Augusto carregava em seus olhos.
Quando voltou ao trabalho, jogou-se de cabeça em relatórios e e-mails, evitando cruzar o olhar com ele. Fingiu naturalidade, mas cada vez que sentia a porta da sala dele se abrir, seu coração parecia errar o compasso.
Por volta das cinco da tarde, o telefone da mesa tocou.
— Senhorita Nogueira. — a voz grave soou do outro lado. — Preciso que venha até minha sala. Agora.
Eloise fechou os olhos por um instante, respirando fundo, antes de se levantar. Os saltos ecoaram pelo piso do corredor. Cada passo parecia mais pesado do que o anterior.
Quando empurrou a port