O Peso das Palavras
A manhã seguia tranquila no escritório quando Eloise notou a figura imponente que atravessava o hall. José Monteiro, elegante como sempre, o olhar duro e a postura de quem carregava décadas de poder sobre os ombros.
Eloise levantou-se de imediato.
— Bom dia, senhor Monteiro. — cumprimentou educadamente. — O senhor deseja ver o Augusto?
José mal inclinou a cabeça, indiferente, sem retribuir o sorriso.
— Sim. Avise-o que estou aqui.
Ela engoliu em seco, mas manteve a compostura. Apertou o interfone da mesa.
— Senhor Monteiro, seu pai está aqui.
A voz grave de Augusto veio do outro lado, curta:
— Deixe entrar.
José não esperou ser acompanhado. Abriu a porta do escritório e entrou, encontrando o filho sentado atrás da mesa, olhos fixos no notebook.
— Então, pai… — Augusto não levantou de imediato, apenas fechou o laptop com calma. — O que o traz aqui?
José caminhou até a poltrona diante da mesa e se sentou, apoiando as mãos na bengala que levava apenas por estilo, não