O almoço se estendeu mais do que Eloise esperava. Cada prato parecia apenas um pretexto para que eles permanecessem ali, trocando provocações entre uma taça e outra. Quando a sobremesa chegou — um pudim de leite impecável — Augusto pegou a colher antes dela e serviu um pedaço, levando devagar até a boca dela.
— Prova. — O tom não era sugestão, era ordem.
Ela inclinou-se levemente, aceitando a colher. O doce derreteu na boca, mas o olhar dele a deixou ainda mais desconcertada do que o sabor.
— Está ótimo — murmurou, limpando o canto dos lábios com o guardanapo.
— Eu sei. — Ele ainda a observava, como se ela fosse a sobremesa real.
O silêncio que se seguiu era denso, carregado de um desejo contido que nenhum dos dois fazia questão de disfarçar. Eloise largou o guardanapo sobre a mesa e cruzou os braços, tentando parecer firme.
— Você prometeu que íamos voltar depois do almoço, lembra?
— Eu cumpro promessas, Eloise. — Ele se levantou, ajeitando o casaco. — Mas isso não significa q