ROTA DO PENHASCO
No oitavo andar do prédio vermelho, mais uma página sombria era escrita no histórico do lugar.
José e Francisco imóveis, como se o tempo tivesse recuado vinte e cinco anos; a memórias devolvia daquele dia que nunca os deixou em paz. O concreto cru, o vento que cortava o vão das janelas, tudo parecia conspirar para repetir a tragédia.
No silêncio pesado do andar, o telefone de José não parava de tocar. No automático, ele atendeu e encaixou o aparelho na orelha.
— José? — a voz saiu curta do outro lado, urgente.
— Márcia, onde você está? Como você está? — José perguntou com pressa.
— José, você precisa vir — a voz dela tremia, como se segurasse o telefone com as duas mãos — venha sozinho… até o penhasco.
— O penhasco do lado leste da fazenda, quarenta minutos pela trilha que segue o rio.
— Márcia… com quem você está? — José perguntou. A voz saiu baixa, mas o frio já subia pela coluna dele.
— Com o Antônio — ela respondeu, engolindo o choro. — Me desculpa… eu pensei que