Capítulo 255
NÃO ERA PARA DAR ERRADO

O apartamento estava escuro.

Só a luz da tela iluminava o rosto de Antônio.

Ele estava sentado na poltrona, a perna cruzada, o charuto queimando lento entre os dedos.

O homem ao lado dele — um dos seus — aproximou-se e entregou o celular.

Antônio colocou o celular no ouvido.

Ouviu.

— Ok. — murmurou, e desligou.

Sem pressa, digitou outro número.

Chamou.

A ligação atendeu na segunda vez.

— Pegue a outra mulher. — disse, sem elevar o tom. — Corte o dedo dela. Envie foto. Agora.

Houve silêncio do outro lado.

Depois, a voz — trêmula.

— Senhor… senhor… ela e o seu filho fugiram.

A mão de Antônio parou no ar.

Ele ficou imóvel.

O rosto não mudou.

Mas o ar no cômodo gelou.

— Fugiram? — perguntou, como quem confirma a sentença de alguém.

— S-sim, senhor.

— Inútil. — Antônio cortou.

Não levantou a voz.

Não precisava.

A voz veio baixa. Afiada. Feita para cortar carne.

— Vocês são imbecis. — continuou, respirando fundo. — Do
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