Capítulo 256

A BEIRA

O vento cortava o oitavo andar como faca aberta.

Augusto deu um passo à frente.

O coração firme.

A voz gelada.

— Vamos acabar com isso, Lucas. — disse. — Sem mais feridos. Sem mais sangue. Sem mais inocentes morrendo por algo que acabou há décadas.

Lucas deu um riso curto — um riso quebrado.

Frio.

— Inocentes. — repetiu, cuspindo a palavra como veneno.

Ele virou a arma para José.

— Eu posso não ter tido a vingança do jeito que eu queria… mas você, velho… — os olhos dele brilharam, vermelhos — você vem comigo pro inferno.

Francisco deu dois passos.

Não rápido.

Não teatral.

Só… firme.

— Lucas. — ele chamou, e a voz veio como quem sangra. — Se existe alguém para culpar… é a mim.

Lucas hesitou.

Só um segundo.

A arma oscilou.

Francisco continuou:

— Há vinte e cinco anos, seu pai chegou aqui bêbado. Tomado pela suspeita. Cego pelo ciúme. — a voz dele tremia, mas não parava. — Ele empurrou Emanuel. Emanuel tentou se defender. Mas seu pai era maior. Mais forte. Foi
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