A Linha que Rompe
A cafeteria da esquina era clara, movimentada, e o aroma de café fresco pairava no ar.
Era o tipo de lugar onde nada parecia perigoso.
Por isso Eloise não percebeu o erro de imediato.
Lucas escolheu uma mesa perto da janela.
Ele parecia calmo.
Calmo demais.
Ela sentou, apoiando a bolsa ao lado, postura firme.
— Onde está sua irmã? — Eloise perguntou logo, sem rodeios.
Lucas mexeu no celular, como quem checa algo trivial.
— Ela disse que estaria aqui. — respondeu, leve. — Pede seu café que eu vou ligar pra ela.
Eloise não se moveu.
— Lucas, não quero demorar. O assunto é rápido.
Ele sorriu — um sorriso pequeno, controlado.
— Vai ser rápido. Só vou avisar e, se precisar, mando localização.
Ele levantou-se e se afastou uns passos, levando o celular à orelha.
Mas ele não falou com ninguém.
Ele simplesmente:
desbloqueou o aparelho,
abriu um aplicativo interno,
digitou um código,
e desconectou tudo.
Eloise viu o gesto.
Não ente