O Retorno
O sol do meio-dia refletia no vidro espelhado da MonteiroCorp quando o carro preto parou diante da entrada principal.
Eloise saiu primeiro, ainda com o curativo discreto no braço. O vento leve mexia o cabelo dela, e apesar da noite anterior, havia algo firme no olhar — uma mistura de calma e decisão.
Augusto veio logo atrás, a expressão séria, mas o gesto protetor — a mão dele se estendeu naturalmente até a dela.
— Tem certeza que quer trabalhar hoje? — perguntou, a voz baixa, quase um murmúrio.
— Tenho. — respondeu Eloise, sorrindo de leve. — Quero ocupar a mente… e ver como estão os relatórios do sistema.
Augusto a observou por um instante. O instinto gritava para mantê-la em casa, longe de tudo. Mas, por outro lado, tê-la ali, sob os próprios olhos, lhe dava uma paz estranha.
— Tudo bem. — cedeu, por fim. — Mas você fica comigo o tempo todo.
— Isso é uma ordem, senhor Monteiro? — provocou ela, arqueando uma sobrancelha.
— É um pedido disfarçado. — respon