O Beijo Queimado
O ar frio da noite bateu contra o rosto de Eloise assim que a porta do La Bonita se fechou atrás deles.
O som abafado da música ainda escapava pela fachada, misturando-se ao eco dos saltos dela no asfalto.
— Me solta, Augusto! — ela reclamou, tentando se desvencilhar do braço firme que a guiava pelo estacionamento.
— Não confunda me soltar com deixar você fazer besteira. — ele respondeu, a voz tensa, o maxilar travado.
Eloise se virou bruscamente, o cabelo caindo sobre o rosto.
Os olhos dela ardiam — não só de raiva, mas de tudo o que vinha engolindo há semanas.
— Besteira? Chama de besteira eu tentar esquecer um homem que me fez em pedaços? — rebateu, a voz firme, mas trêmula. — Eu tô tentando respirar, Augusto. Só isso. Respirar sem lembrar do que você me fez sentir… e do que me fez sofrer!
Ele deu um passo à frente. — E é bebendo e dançando com outro que você faz isso?
— Pelo menos ele não duvida de mim! — respondeu rápido, ferida.
Augusto cerrou os punhos, os olho