Dois Caminhos.
O apartamento estava silencioso, apenas o tilintar suave do teclado e o som distante da rua entrando pela janela.
Eloise tentava se concentrar no trabalho — o notebook aberto diante dela, os códigos se misturando com planilhas —, mas o coração estava em outro lugar.
Quando a coletiva começou, ela largou a caneta e girou a cadeira devagar, fixando os olhos na televisão.
Augusto apareceu no telão: terno impecável, sem gravata, o olhar frio que cortava como lâmina. As câmeras captavam cada detalhe — o porte imponente, o tom firme da voz.
Eloise sentiu o coração disparar, o peito se apertar. Era impossível desligar o que via daquilo que sentia. Orgulho e medo se misturavam dentro dela como veneno e cura na mesma taça.
— Você sempre sabe se levantar… — murmurou, quase sem perceber. — Mas a que preço, Augusto?
As palavras dele ecoavam pelo cômodo: “Traição não destrói um império. Apenas revela quem nunca mereceu estar nele.”
Eloise fechou os olhos, lutando contra a onda q