As Sombras.
A manhã já começava a raiar, trazendo consigo a agitação da cidade.
Foi nesse despertar do mundo que Lucas despertou de repente, o corpo suado, a respiração ofegante.
Sentou-se na beira da cama, as mãos no rosto, tentando entender o que o tirara do sono.
Só havia dormindo por alguns horas, a madrugada tinha sido cansativa.
Então ouviu.
Sirenes.
Ele correu até a janela, afastou a cortina com brutalidade.
As luzes vermelhas e azuis piscavam refletidas no vidro dos prédios vizinhos, espalhando-se como um alerta pela rua.
Lucas prendeu a respiração, o coração martelando.
Passou a mão no pescoço, nervoso, como se o som fosse dirigido apenas a ele.
— Calma Lucas, calma … — murmurou para si.
Deu alguns passos pelo quarto, os olhos fixos no celular sobre a cômoda.
Estava ligado, a tela acesa, um número gravado sem nome piscando no histórico.
Ele estendeu a mão, mas parou no meio do movimento.
A hesitação o fez fechar os olhos, como se estivesse preso entre atender a chamada que