O Tabuleiro Invisível
O choro de Eloise ainda ecoava pela sala quando Nathalia a apertou mais forte, como quem segura um pedaço frágil de vidro.
— Deixa sair tudo, amiga. — murmurou. — Chora mesmo. Ninguém aqui vai te soltar.
Emma se inclinou para colocar a caixa de chocolates sobre a mesa de centro, e Sofia, tentando quebrar o peso, falou com aquele jeito direto que só ela tinha:
— Olha, Eloise… se chocolate resolvesse traição e humilhação, eu já tinha comprado um carregamento inteiro. Mas é um começo.
A frase arrancou um riso fraco entre lágrimas. Eloise fungou, a voz quase falhando:
— Vocês são doidas…
— Somos, mas somos tuas. — Emma retrucou, ajeitando os cabelos da amiga com carinho.
Nathalia suspirou e completou:
— Você não tá sozinha. Nunca vai estar.
As três a apertaram novamente num abraço coletivo. O calor, o cheiro de flores e chocolate misturado ao algodão doce do perfume de Nathalia criaram um casulo. Pela primeira vez naquele dia, Eloise respirou fundo sem sen