Culpa e perdão
O quarto branco guardava um silêncio quase sagrado. Eloise estava sentada ao lado da cama, com a tigela de sopa nas mãos, ajudando o pai a cada colherada lenta. O coração dela ainda carregava preocupação, mas havia também alívio — ele estava acordado.
Carlos parecia melhor. Fraco, sim, mas os olhos estavam abertos, atentos, a respiração mais ritmada. Os lábios se moveram devagar.
— Obrigado… minha menina. — Murmúrio rouco
Eloise deixou escapar um soluço, as lágrimas deslizando pelo rosto enquanto sorria em meio ao choro.
— Graças a Deus, pai. — disse, a voz embargada. — Eu sabia que o senhor não me deixaria sozinha. O senhor Carlos é forte.
Foi nesse instante que a porta se abriu. Eloise ergueu o rosto e viu Cláudia parada à porta, séria, mas visivelmente nervosa. Ela tinha sido informada da melhora dele pelos médicos e correu para o hospital.
O momento em que Carlos a avistou foi como uma explosão silenciosa. Os olhos dele se arregalaram, o corpo reagiu d