Peças do jogo.
A sala de Nathalia estava iluminada apenas por uma luminária de canto. O sofá macio era o refúgio onde Eloise se afundava, com uma xícara de chá quente nas mãos. A cabeça latejava com tudo que tinha vivido.
Nathalia, sentada ao lado dela com as pernas cruzadas, não tirava os olhos da amiga.
— Então ele apareceu no hospital? — perguntou, já imaginando a resposta.
Eloise assentiu, os olhos marejados.
— Apareceu… todo destruído, bêbado, implorando. — respirou fundo, a voz embargada. — Mas eu não consigo esquecer o que ele fez. O que eu faço, Nathalia? O que eu faço para esquecer esse homem?
Nathalia inclinou-se, pegando a mão da amiga.
— Você não esquece de um dia para o outro, Eloise. — disse, firme, mas doce. — Você atravessa. Cada dia é uma batalha. Mas você já começou a vencer quando disse "não".
Eloise mordeu o lábio, a raiva misturada à dor.
— Eu tenho raiva, mas ainda assim… me preocupo com ele. — confessou, escondendo o rosto entre as mãos. — Como se eu fo