A sexta-feira amanheceu com um sol tímido, filtrado por nuvens carregadas.
O fim do outono trazia um frio suave, o tipo que anuncia mudanças — no clima e na vida.
Sofia se arrumou rápido, prendeu o cabelo em um rabo simples e tomou um gole apressado de café.
Ela não queria cruzar com Nathalia naquele momento.
Não queria explicações, não queria conselhos…
Não queria chorar de novo.
Assim que saiu pela portaria, a Hilux preta estava lá.
Encostada nela — Thomas.
Ele ergueu o rosto, como se estivesse esperando exatamente o segundo em que ela apareceria.
— Bom dia, ruivinha.
Sofia tentou sorrir.
— Bom dia, Thomas.
Ele abriu a porta para ela, como fazia sempre, como se aquele gesto fosse instintivo.
Ela entrou.
Ele deu a volta e assumiu o volante.
Dirigiram em silêncio.
Não era um silêncio confortável.
Era o tipo que pesa, que arranha, que diz mais do que qualquer palavra.
Quando estacionaram em frente ao escritório de advocacia, Thomas finalmente falou:
— Um motorista vai te buscar hoje.
—