A manhã estava estranhamente silenciosa na clínica. Silêncio de antes da tempestade, não a tempestade lá fora, mas a que começava a se formar entre documentos, lembranças e suspeitas. Adam estava sentado na sala de reunião, rodeado por relatórios que já lera três vezes. Mas não era o conteúdo financeiro que chamava sua atenção naquela manhã. Eram as assinaturas. Ou, mais precisamente, as assinaturas de Camille. Ele franziu a testa, comparando uma ficha de autorização de compra com um contrato de prestação de serviços. Mesma data. Mesma rubrica. Mas… não eram iguais. Uma era fluida, elegante, levemente inclinada. A outra… rígida, tremida, sem a curva característica do “M”. Ele conhecia a letra de Camille. Conhecia tão bem quanto conhecia a própria. "Isso não é dela." E a sensação gelada se espalhou pelo peito dele.
— Algum problema? a voz de Isabella o pegou de surpresa na porta. Ela cruzou os braços, impecável no tailleur cinza, o perfume sofisticado preenchendo a sala antes mesmo de