Capítulo 17 - O gosto do passado

O beijo começou como uma lembrança e terminou como uma confissão. Não houve hesitação, apenas a certeza de dois corpos que se reconheceram antes da mente permitir. Camille sentiu o gosto familiar de chuva e saudade. Adam segurou o rosto dela com delicadeza, como se tivesse medo de que ela desaparecesse se ele apertasse demais. O toque era quente, urgente, e o tempo parecia se curvar ao redor dos dois.

O beijo se aprofundou. Ela se entregou com a mesma intensidade de quem tenta apagar sete anos em um só instante. E ele correspondeu com a força de quem passou sete anos tentando esquecer e falhou. As mãos dele percorreram o contorno do rosto dela, os dedos se perderam no cabelo ainda úmido pela chuva. Camille sentiu o corpo responder antes da razão, o coração batendo rápido demais, o ar rarefeito.

— Adam... Sussurrou, entre um suspiro e outro.

Ele encostou a testa na dela, a respiração misturada, o olhar preso ao dela.

— Eu tentei não sentir mais isso. Mas você…

Ele não terminou. O resto
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