Hanna
O carro seguia silencioso, mas o ar entre nós estava em combustão lenta.
A mensagem de Porter ainda brilhava na minha mente, mesmo depois da tela apagar.
Ethan não olhava mais para mim, mas o jeito como o corpo dele ficou rígido…
Aquilo dizia tudo.
Eu deveria ignorar.
Deveria fingir que não vi o maxilar dele travar, que não senti o ciúme pulsando nele.
Mas meu peito apertava — não de culpa.
De medo.
Do que isso significava.
— Você não vai responder? — ele perguntou enfim, a voz baixa, mais grave do que o normal.
— Não agora. — respondi rapidamente, guardando o celular na bolsa como se queimasse. — Não tenho nada pra falar com ele.
Ele soltou o ar devagar. Um som ínfimo, mas carregado.
— Mesmo assim, ele continua insistindo.
— Eu não controlo o que ele faz, Ethan.
— Não — ele concordou, olhando pela janela. — Mas ele não deveria ter mais espaço na sua vida. Nenhum.
Aquelas palavras bateram em mim com força.
O carro parou em frente ao meu prédio.
O motorista agu