Pov. Narrador
A manhã seguinte nasceu cinza, pesada, como se o céu refletisse exatamente o que Isabella sentia.
Ela acordou com a cabeça latejando — havia dormido mal, entre pensamentos embaralhados e lembranças do jantar. As palavras de Ethan ecoavam na mente como uma música triste que não sabia onde terminava. “Você não precisa ser forte o tempo todo.” Ele dissera isso com uma sinceridade que a desarmou. Mas logo depois veio o telefonema, o olhar distante, o silêncio.
E havia aquele nome: Victor. O advogado da empresa. O mesmo que, semanas atrás, tinha sido visto em uma reunião secreta com Helena. Isabella ainda não sabia o que aquilo significava, mas um instinto incômodo lhe dizia que nada era coincidência.
Ela se levantou, foi até a janela e olhou a rua. Tudo parecia normal — vizinhos apressados, o cheiro de café fresco vindo de alguma cozinha próxima, o som de carros ao longe. Mas havia algo diferente, algo fora do lugar. Um carro preto estava estacionado no outro lado da rua. O