Cinco dias se passaram desde aquela manhã em que Isabelle abrira os olhos no hospital. Cinco longos dias de cuidados, observação e silêncio.
Ela não disse uma única palavra.
Desde então, Isabelle comunicava-se apenas com os olhos — azuis, intensos, profundos, que pareciam conter mais dor do que qualquer boca jamais conseguiria expressar. Não havia lágrimas, nem sorrisos, nem gestos rebeldes. Apenas aquele silêncio ensurdecedor, que carregava um grito preso na alma.
Matteo não se afastara dela por um instante sequer. Durante os cinco dias de internação, ele esteve lá, noite e dia, como um guardião devoto. Trazia flores frescas, a alimentava com cuidado, ajeitava os travesseiros, colocava cobertores, acariciava os cabelos dela com ternura. Mas nenhuma reação vinha. Apenas aquele olhar.
Hoje, porém, o coração de Matteo batia com outra frequência. A alta médica fora autorizada. Isabelle voltaria para casa.
— Isa, meu amor… — sussurrou ele, entrando no quarto com um sorriso tímido e ansios