A manhã chegou envolta num silêncio profundo. A luz suave invadia o quarto do hospital através das frestas da cortina, acariciando o rosto sereno de Isabelle. Lentamente, ela abriu seus olhos azuis, e por alguns segundos permaneceu imóvel, olhando fixamente para o teto, como se estivesse flutuando entre o sonho e a realidade.
As pálpebras piscaram vagarosamente. Seus olhos percorreram o ambiente ao redor com estranheza. Não reconhecia aquele quarto de primeira, não entendia onde estava. Mas então, como um raio rasgando o céu calmo, a lembrança veio — o gosto amargo dos comprimidos em sua boca, o desespero da dor no coração, o arrependimento, a vergonha... e Dominico.
Sim, ele esteve ali. Ela não sonhara. Ele acariciou seu rosto, sussurrou palavras de amor, pediu perdão. E ela, mesmo com o coração em pedaços, havia dito... que o perdoava.
O peso desse perdão recaía agora sobre seu peito. Um misto de culpa, confusão e, paradoxalmente, um estranho alívio. Sentia-se esgotada por dentro, c