A madrugada estava silenciosa, abafada. O som do vento contra as cortinas pesadas parecia o sussurro de uma promessa de liberdade. Isabelle estava com o coração acelerado, os pés descalços pisando o chão frio enquanto Giulietta, a amante desprezada de Dominico, sussurrava as instruções. Ambas vestiam roupas escuras. O plano era simples: sairiam pela lateral do casarão e cruzariam o pátio até o carro escondido nos fundos, onde um motorista de confiança esperava.
— Está tudo certo. Coloquei sonífero nos copos deles. Só temos poucos minutos, vamos — sussurrou Giulietta, puxando Isabelle pela mão.
Mas bastou atravessarem a porta do corredor que a figura sombria de Dominico surgiu, apoiado no batente, braços cruzados, olhos faiscando.
— Aonde pensam que vão?
O grito congelou o sangue de Isabelle. Giulietta soltou sua mão, tentando recuar, mas dois homens surgiram atrás de Dominico e a agarraram com violência.
— Tribunal do crime — disse ele em tom gélido, olhando fixamente para a amante. —