Nos dias que se seguiram, Isabelle percebeu que o vazio deixado por Dominico se misturava ao orgulho de tê-lo convidado a participar da vida de Catherine. A saudade se tornara ternura, o temor se tornara esperança. E, em cada detalhe do lar — fosse um desenho esquecido no tapete, fosse o ursinho de pelúcia encostado à porta —, ela sentia a pulsação de um novo capítulo. Talvez chegasse o dia em que ambas, mãe e filha, conversariam com ele de peito aberto. Até lá, ela daria a si mesma o direito de lamentar o silêncio, de se perguntar se sabia lidar com aquele sentimento ardente. Mas, acima de tudo, cultivaria a convicção de que nem todo amor nasce de circunstâncias perfeitas; alguns precisam justamente de um parque de diversões, de um abraço desajeitado e de um convite gentil para florescer. No íntimo, Isabelle guardava a certeza de que, por mais incerta que fosse a estrada, a amizade, a confiança e o amor — mesmo surgidos de um passado conturbado — poderiam conduzi-la, de mãos dadas, a