O restante da noite passou como uma névoa. Despedidas forçadas, abraços educados, sorrisos falsos. Elena se retirou com a elegância fria de sempre, Emilly trocou beijos nas bochechas e deixou no ar mais uma daquelas frases com duplo sentido que faziam Cristal se sentir como uma convidada indesejada na própria vida.
Christopher não falou mais nada. Seus olhos, no entanto, diziam tudo — e Cristal sentia o peso deles mesmo enquanto ele caminhava para o carro, como se levasse consigo um pedaço da confusão que ela tentava esconder de si mesma.
Assim que a última visita saiu e a porta da mansão se fechou, o silêncio preencheu o ambiente como um baque.
Raphael soltou um suspiro longo e se virou lentamente para ela.
— "O que vocês estavam conversando lá fora?"
Cristal travou. Estava tirando os sapatos quando ouviu a pergunta, e o tom dele era diferente — não era casual, não era curioso. Era possessivo. Ríspido.
— "Sobre nada demais," — respondeu sem olhá-lo, indo em direção à escada.
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