O silêncio entre eles era denso, carregado de tudo que nunca foi dito — e de tudo que não podia ser dito em voz alta dentro daquela mansão sufocante.
Christopher fez uma curva lenta, levando o carro por uma rua mais afastada, ladeada por árvores altas e quase sem postes. Estacionou próximo a um mirante discreto, onde a cidade piscava ao longe, como se estivesse em outro mundo.
O motor silenciou. Apenas a respiração dos dois preenchia o espaço fechado do carro.
Cristal permaneceu olhando a vista por alguns segundos, o rosto levemente iluminado pela luz da cidade refletida nos vidros.
Então virou-se para ele, com um sorriso contido, cansado e sincero.
— “Queria ter te conhecido antes, Christopher... talvez tudo fosse diferente.”
Os olhos dele encontraram os dela. Havia algo quebrando ali, algo que ele lutava para manter controlado há tempo demais.
— “Você não faz ideia de quantas vezes eu pensei nisso,” — ele disse, a voz baixa, quase rouca. — “Se fosse eu que tivesse te c