59. (Livro Vicente) Onde você quer estar
Vicente ainda sentia o peso da conversa com o pai e das tentativas fracassadas de cortejar mulheres que, no papel, pareciam adequadas, mas que, na prática, se mostravam desinteressantes. Ele precisara de pouco mais de cinco minutos com cada uma para concluir que nenhuma seria sua esposa.

O sol do meio-dia queimava sua pele enquanto caminhava sem pressa pelas ruas de paralelepípedos. O burburinho da cidade se misturava ao som das carroças rangendo sobre as pedras e das vozes dos vendedores ambulantes. Vicente não sabia para onde ia, apenas buscava um momento de silêncio longe das expectativas da família.

Mas foi o cheiro adocicado no ar que o fez interromper os passos.

O aroma de milho cozido e açúcar tomou seus sentidos antes mesmo de vê-la. E então, como se o destino insistisse em pregá-lo àquele encontro, lá estava ela.

A mulher do incidente na rua estava diante de uma banca improvisada, vendendo seus quitutes com a mesma expressão determinada de antes. O vestido simples, de
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