Três meses mudam uma vida inteira quando a dor vira combustível.
Foi assim com Lívia.
Depois da conversa definitiva com Rafael naquela sala silenciosa da Vitta Fran, ela saiu do prédio com o coração partido, mas com algo novo vibrando sob a superfície:
um chamado interno que ela havia ignorado por anos.
No dia seguinte, sentou-se à mesa da cozinha, abriu o notebook e tomou a decisão que transformaria sua história:
Pediu demissão.
Sem drama.
Sem reviravolta.
Sem implorar para ficar.
Sem olhar para trás.
A resposta do RH veio em menos de duas horas — um e-mail formal, educado, cheio de agradecimentos pelo impacto que ela havia causado na rede. Mas nada disso mexeu com ela.
A única coisa que mexeu…
foi ver o crachá sobre a mesa, pela última vez.
Uma vida inteira naquele retângulo de plástico.
Uma vida inteira que não era mais dela.
No início, o vazio assustou.
A falta de rotina, o silêncio da casa, o tempo sobrando… tudo parecia grande demais.
Mas Lívia não era o tipo de mulher que se pe